Segurança Tecnologia

Portaria autônoma tende a superar remota, afirma especialista


Postada em 07/10/2019 às 07:00
Por Marília Montich

Thomas Breher/Pixabay

É cada vez mais comum encontrar portarias de condomínios que dispensam a presença humana. As chamadas remotas (ou virtuais) já são realidade em grande parte dos prédios do Brasil. Uma novidade, porém, surge para disputar a preferência de síndicos e moradores em busca de segurança e economia. Trata-se da portaria autônoma.

Funciona da seguinte maneira: há um interfone com tecla numérica na qual o visitante ou prestador de serviço digita o número do apartamento. O interfone chama os aplicativos de quem mora naquela unidade. Quem atender primeiro assume a chamada. O morador consegue visualizar pela câmera a pessoa que se encontra na frente do interfone, conversar com ela via viva-voz e abrir o portão.

Esta modalidade difere bastante da portaria remota, que conta com atendentes. Nela, o visitante aperta um botão e é gerada uma chamada para a empresa de portaria. O funcionário da operação faz o atendimento da pessoa, a coloca em espera, faz contato com o proprietário da unidade – que vai autorizar ou não a entrada daquela pessoa – e só depois volta a falar com o visitante, liberando-o ou não, de acordo com a instrução do morador.

“Ao observar o mercado, estamos percebendo que a portaria autônoma é uma tendência e que vai se sobrepor à remota. Não vai ser um concorrente direto, mas será uma opção para aquele condomínio que hoje não tem nenhum tipo de portaria. Ela tende a vir com mais peso nos próximos dois ou três anos”, aposta Everton Pitz, CEO da Scond, empresa especializada em soluções para condomínios e responsável pelo lançamento da tecnologia neste ano na ISC Exposec, feira internacional de segurança sediada em São Paulo.

Além dessas duas opções, Pitz destaca outras duas modalidades possíveis: a compartilhada e a mista. Na primeira, se depois de alguns toques ninguém do apartamento atender, a chamada é repassada para uma empresa de portaria remota para que ela faça o atendimento. Já na segunda, existe a figura de um porteiro que executa o serviço durante um período e, na sua ausência, a portaria remota assume.

Os critérios para implantar uma ou outra modalidade vão depender de uma série de fatores a serem analisados. “Vai muito do perfil financeiro do condomínio, do perfil social e se realmente os moradores estão dispostos a encarar esse avanço tecnológico. O que a gente percebe é que não tem mais como voltar no tempo e cada vez mais os condomínios estão se reinventado.”

O CEO frisa ainda a vantagem em termos de segurança que as portarias que não contam com funcionários próprios apresentam. “Os procedimentos passam a ser seguidos a risca, diferentemente de quando há um vigilante e o morador vai lá, desce com um pratinho de churrasco e o profissional, em contrapartida, deixa quatro ou cinco visitantes entrarem sem fazer o cadastro. Nesses modelos não tem isso. Há critério que ou obedece e entra ou não obedece e não entra.”

Outro quesito apontado a favor das novas tecnologias é a economia. Dentre as opções, a portaria remota tem valor mais alto, a compartilhada está no meio e a autônoma tende a ser mais barata que as outras duas.

Pitz defende que, seja qual foi o modelo adotado, é importante que sempre haja uma empresa de segurança séria por trás para dar o suporte. “É responsabilidade dela deixar todo o serviço funcionando para os moradores e síndico”, finaliza.