Artigos Sustentabilidade

A força do movimento Green Building


Postada em 02/10/2019 às 15:30
Por Felipe Faria*

Residência M&L

O movimento das construções verdes no Brasil ganhou musculatura para alcançar um patamar mais elevado no país. De acordo com dados do World Green Building Council, no mundo este setor movimenta cerca de US$ 1 trilhão por ano e irá gerar 6,5 milhões de novos empregos, diretos e indiretos, até 2030. Empregos com capacitação profissional em áreas como eficiência energética e renováveis, reaproveitamento e tratamento de resíduos, uso eficiente de água, processos industrializados de construção, desenvolvimento de materiais e recursos de baixo impacto socioambiental, inteligência artificial para a otimização de processos, construção e operação de uma edificação.

Trata-se do setor que mais contribui para os objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas, estabelecidos em 2015, especialmente nas questões relacionadas às cidades e comunidades mais sustentáveis, promoção de inovação na infraestrutura, saúde e bem estar, água limpa e saneamento, energia limpa e acessível, produção e consumo responsável, entre outros aspectos. Hoje, o país é o quarto colocado no ranking mundial das construções certificadas LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), principal certificação de construções sustentáveis no mundo.

Estudo da universidade de Harvard, nos Estados Unidos, sobre co-benefícios das edificações LEED no Brasil apontou que, a cada R$ 1 economizado em energia, R$ 0,39 são revertidos em ganhos com saúde e benefícios climáticos. Considerando o número de edificações LEED no Brasil entre 2007 e 2016 (hoje são mais de 1.370) e o potencial médio de economia em energia durante este intervalo, o levantamento sugere uma economia real de R$ 931 milhões em redução de energia, R$ 41 milhões na redução de impactos climáticos negativos e outros R$ 319 milhões com a redução de poluição do ar.

Em 2017, lançamos a certificação GBC Casa & Condomínio para ser empregada em projetos residenciais. A ferramenta possui alguns pilares fundamentais que têm atraído a atenção de incorporadores e desenvolvedores a investirem neste tipo de empreendimento: conforto, saúde e bemestar; economia operacional e manutenção; verificação adicional de qualidade e vantagens econômicas para investidores e proprietários.

Vivemos um momento histórico para o movimento. Nós, do GBC Brasil, temos a convicção que, ainda nessa geração, progressivamente, todos irão morar, trabalhar e estudar em uma edificação sustentável.

 

*Felipe Faria é CEO do Green Building Council Brasil e Diretor do Conselho Administrativo do World Green Building Council

 

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